domingo, 26 de novembro de 2017

Os TSDT “de dentro para fora”

Sem nenhum referente teórico, porque não é esta a minha área de interesse, mas ao ler as caixas de comentários diria sobre o nosso futuro imediato, claramente num exercício de divagação, somos aqueles que melhor nos encontramos para dar um pulo gigante na história das profissões no século XXI.

    Esta luta, sim é de luta que se trata e “luta à boa e velha maneira do proletariado contra o patronato”, leia-se de “técnicos especializados contra interesses instalados” aquilo que julgo que todos, sem excepção, aprendemos foi que o verdadeiro sucesso se constrói nos vínculos entre as pessoas, na união, e com as lideranças. O passo seguinte é percebermos que temos de fazer crescer as competências individuais, o “saber fazer”, mas também, o “saber estar”, área que a sociologia com muita mestria domina, e que eu, antropologicamente, gosto de intitular “o self” à boa maneira de Peter Galison e das “práticas presentes na construção das identidades”.

    A evolução humana trouxe-nos até este estádio anatomicamente mais avançados, mas ao longo do nosso desenvolvimento humano fomos aprendendo a depender de visões e sensações. Quero dizer com isto, que crescemos e nos construímos daquilo que é visível, respondemos ao tacto e que num efeito imediato corresponde à sobrevivência, seja nas sociedades mais longínquas seja na atualidade. É contingente o  nosso instinto de sobrevivência, digo sem saber em que patamar está o estado da arte, porém este caminho vai produzindo caraterísticas nas personalidades coletivas.

    E esta é a parte mais interessante da circunstância que estamos a viver.  A personalidade. É a personalidade, por definição, qualquer coisa como uma entidade estável e conseguimos individualizá-la num conjunto de procedimentos e ou condutas. Isto, também, quer dizer que ela é dinâmica e, sem dúvida, com custos muito expressivos e evidentes quando nos expomos à mudança. Estes dias diz-se muito, “o caminho faz-se caminhando” (esta frase não é de Fernando Pessoa?) e do que se fala é que o caminho implica mudanças. Temos sempre muitas reservas e não gostamos muito de mudanças, sobretudo se forem imprevisíveis e dolorosas.

    Do que falo é deste “fenómeno” de crescermos, claramente de baixo para cima, mas agora “de dentro para fora” um dos mais fantásticos fenómenos de desenvolvimento pessoal/coletivo neste nosso século. Apesar das imensas imperfeições que individualmente carregamos sabemos que somos seres fantásticos, com capacidades interiores, que alguns chamam de “capacidades espirituais” (sem conotação religiosa) únicas, multifacetados e multitalentosos.
    É disso que se fala no século XXI, explorar, partilhar e investir na essência da conexão com as outras pessoas dentro das nossas idiossincrasias. Numa sociedade consumista e de competição desenfreada o sucesso passa pelas finanças e pela economia. Ou seja, um desenvolvimento “de fora para dentro”. É claro hoje, que esse mundo dito “moderno” nunca existiu efetivamente, para todo o planeta, e já todos percebemos como esse mundo é um mundo fracassado e cheio de premissas erradas e ilusórias.

      Se o sucesso assenta nos aspetos financeiros quase se pode contabilizar: quantos euros são precisos para se ser feliz? Existem parâmetros mensuráveis e universais?

      Quando percebemos que a felicidade e o sucesso não passam por finanças podemos falar e perceber que a felicidade se constrói “de dentro para fora”. Esta nossa luta ensinou-nos isso. O nosso verdadeiro sucesso residiu nos vínculos que criámos com as pessoas e agora no aumento, unidos mais que nunca, das nossas competências individuais. Chamam a isso até literacia emocional. Na verdade, o que tudo isto permite é criar “grupos mais complexos na sua interação e na cooperação, e este processo é, de facto, “de dentro para fora”. Dizemos que não seremos mais os mesmos. E não seremos, é já um facto. Já temos conhecimentos e sabemos alguns dos caminhos por onde não queremos ir.

O QUE É VIVER E PENSAR “DE DENTRO PARA FORA”?
É:
–Pensar fora da caixa, ser criativo, inovador e caminhar sem medo;
–Ouvir e partilhar;
–Aceitarmo-nos com as nossas limitações e investirmos em nós;
–Pensar com alteridade – consciência de nós e do outro;
–Sermos honestos e verdadeiros,
–Associar os nossos pequenos sucessos a valores imateriais e à prosperidade


A todos desejo um futuro cheio de nós. 
Que todos percebamos o que é ser SUPERIOR
Viva nós, viva os TSDT(s)


1 comentário:

  1. Mais um excelente texto de reflexão, expressa bem o que é ser grande. Obrigada pela partilha.

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