quinta-feira, 29 de junho de 2017

Porque é que eu, TSDT em greve, não sou a favor de um debate no Prós e Contras.


Esta ideia de fazer um debate no programa Prós e Contras é recorrente e como me arrepia deixo a minha opinião, que terá poucos adeptos, mas nem sempre a maioria tem razão. Passo a explicar?
Desde logo, qual o tema a tratar? Que titulo? Estes detalhes não são escolhidos por nós, mas pelos responsáveis do programa. Depois a apresentadora. A apresentadora, na minha opinião, completamente errática e má ouvinte, linkada ao poder e com uma agenda neo-liberal, terá com facilidade forma de nos descredibilizar dando voz a quem pode estar a entravar este processo. E eu acredito que existe quem esteja a entravar este processo. Oficialmente, o programa até pode ter um “titulo” que nos parece favorável, mas caros amigos, não é um programa inocente. Por outro lado, pode o titulo arrumar connosco se for ambíguo. E anunciado dias a fio. E se assim for, será um verdadeiro tiro no pé. Fazer debates pode levar-nos a pensar que temos algum direito de resposta, mas também pode deixar em aberto graves feridas. Porquê? porque os interlocutores não são escolhidos por nós. Pode até ser usado para ao fim dos 90 minutos nada do que queríamos dizer seja abordado. Pois se a CS não nos dá voz pode perfeitamente subverter um debate, ficarmos na mesma sem voz, e pior, colocar-nos numa situação mais difícil e contrária à imagem que queremos passar.
Um debate não é uma conversa controlada. É uma conversa de rumo aberto e pode ser controlado/manipulado, assim o interlocutor tenha maior ou menor capacidade argumentativa, ou a sua agenda seja, precisamente a nossa invisibilidade. É fácil, para um hábil argumentador, colocar um grupo mais invisível que é na realidade. Sabemos isso nos períodos de greve.
Temos muito a dizer, estamos revoltados, e mais ainda, estamos cheios de razão.  Porém, pode não ser suficiente para nos safarmos num programa destes. As forças que nos invisibilizam na CS não estarão ausentes desse debate. Não é uma luta fácil, a nossa. Sobretudo, é uma luta cujos interesses em jogo são muitos. Não pensem que esta posição é medo, e se fosse, o medo é responsável. Mas não é. É a consciência da forma como a CS manipula a opinião pública, e o pior que pode acontecer ao nosso grupo é os cidadãos e cidadãs ficarem com uma ideia errada sobre nós. Temos, como já li algures, de nos manter unidos. Já aprendemos que só podemos contar uns com os outros. É isto que temos de interiorizar e daqui crescermos. Mas fará algum sentido irmo-nos meter na boca do lobo, num programa que é, na minha opinião, um braço do poder? 


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